Um PS Que Empobrece
- Julho 30, 2025
- Bruno Nogueira
Uma notícia recente da SIC Notícias expôs uma realidade alarmante: em Oeiras ganha-se mais 4.000 euros por ano do que na Amadora. Esta diferença não é apenas um número – é o reflexo de décadas de políticas municipais falhadas que mantêm a Amadora como o elo mais fraco da Área Metropolitana de Lisboa. Em 2023, enquanto o rendimento mediano anual por pessoa em Oeiras chegava aos 15.862€, na Amadora não passava dos 11.755€ – uma diferença brutal de 4.107€ que espelha um modelo de gestão socialista que falha sistematicamente em criar condições para a prosperidade dos seus munícipes.

As Desigualdades Estruturais na Educação
O Escândalo das Bolsas de Estudo
Um dos exemplos mais gritantes da incompetência da gestão socialista na Amadora prende-se com o apoio ao ensino superior. Enquanto Oeiras atribuiu 1.191 bolsas de estudo no ano letivo 2024/25, a Câmara Municipal da Amadora limitou-se a oferecer bolsas com valor anual de apenas 1.782€, distribuídas em 10 prestações de 178€.
O contraste é devastador: Oeiras investe massivamente na qualificação dos seus jovens, oferecendo bolsas que podem chegar aos 5.000€ cada, sem limite de vagas e com apoios de mérito substanciais. Na Amadora, as candidaturas para 2024/25 encerraram a 14 de outubro, mas o número total de bolsas atribuídas permanece opaco – um sinal da falta de transparência que caracteriza esta gestão.
Esta diferença abismal no investimento educativo explica, em parte, por que apenas 30% dos trabalhadores da AML detêm ensino superior, sendo esta percentagem ainda inferior na Amadora. Sem qualificação superior, os salários mantêm-se baixos, perpetuando o ciclo de pobreza relativa do concelho.
Comércio Asfixiado por Regulamentação Excessiva
Horários Restritivos e Taxas Proibitivas
A Câmara Municipal da Amadora impõe horários de funcionamento que limitam a maioria dos estabelecimentos comerciais a encerrar às 22h00, podendo estender até à meia-noite apenas com autorização casuística. Esta regulamentação contrasta com a liberalização quase total dos horários em Lisboa e Oeiras, onde o comércio pode funcionar livremente, adaptando-se às necessidades do mercado.
Pior ainda, as taxas municipais são proibitivas: um simples mupi publicitário na via pública pode custar 129€/m²/ano, enquanto outros concelhos oferecem isenções ou tarifas reduzidas em zonas de revitalização comercial. Em 2025, a Amadora mantém taxas como:
21,64€ por mês para colocação de anúncios em postes
155,42€ para alteração de horários de estabelecimentos
Custos Operacionais Elevados
O tarifário da água para clientes não domésticos na Amadora atinge 1,86€/m³ já no primeiro escalão, subindo acima dos 2,4€/m³ em consumos médios. Em Sintra, a tarifa equivalente inicia-se nos 1,75€/m³ – uma diferença que se traduz em centenas de euros anuais para microcomércios, significativa numa margem líquida média de apenas 4% em restauração.
A Ausência Gritante de Parques Industriais
Falta de Visão Estratégica para o Desenvolvimento Económico
A Amadora herdou zona industrial em Falagueira/Venda Nova, mas não lançou qualquer loteamento de solo industrial nos últimos 20 anos. Enquanto Oeiras expandiu o Taguspark e criou incentivos a startups na Oeiras Valley, incluindo incubadoras com 2.000m² e apoio científico, a Amadora limita-se à modesta “Amadora Tech” com pouco mais de 30 salas entre 15-55m².
O contraste é evidente: Oeiras oferece infraestruturas laboratoriais, mentoring avançado e regime fiscal competitivo. A Amadora tem uma incubadora sem escala nem incentivos significativos, resultado direto da falta de estratégia económica de uma gestão municipal focada apenas em assistencialismo social.
Licenciamento Urbanístico: Uma Burocracia Paralisante
Processos que Demoram Anos
Os dados são alarmantes: processos de licenciamento urbanístico na Amadora podem demorar mais de 680 dias úteis (superior a 2,5 anos) até à aprovação de especialidades. Mesmo com o novo regime legal que fixa limites máximos de 120-200 dias, o município não apresenta indicadores públicos de cumprimento.
Esta morosidade burocrática tem consequências diretas:
- Atraso na entrada em operação de escritórios, clínicas e habitação
- Prolongamento de custos financeiros para promotores
- Adiamento da criação de empregos no concelho
Fóruns de utentes reportam licenças de utilização que demoram 12-18 meses após obra concluída – um tempo que afasta investimento e perpetua a estagnação económica do território.
Políticas Fiscais Desencorajadoras
IRS Municipal: Uma Oportunidade Perdida
Em 2025, a Amadora aplicará uma taxa de IRS municipal de 3,5%, uma ligeira redução face aos 3,8% de 2024. Contudo, esta retenção continua a ser significativa quando comparada com outros concelhos da AML:
- Lisboa: devolve 5% (retenção 0%)
- Oeiras: devolve 4,5% aos residentes
- Amadora: retém 3,5%, devolvendo apenas 1,5%
Para uma família média, esta diferença representa menos 91€ anuais de rendimento disponível face a uma política de devolução total – recursos que poderiam estimular o consumo local e a qualidade de vida.
IMI e Derrama: Sinais Mistos
Embora a Amadora pratique IMI mínimo de 0,30% e derrama zero até €150.000 de volume de negócios, a política fiscal global continua menos competitiva que os concelhos vizinhos. As outras taxas municipais (publicidade, ocupação de via, urbanização) superam frequentemente as de concelhos com políticas mais liberais.
Habitação Social: Má Gestão de Recursos Públicos
Compras Acima do Valor de Mercado
A estratégia habitacional da Câmara da Amadora revela incompetência financeira alarmante. A autarquia estabeleceu preços máximos de 175.930€ para T1 e 228.950€ para T2 usados, valores claramente acima do mercado segundo análises independentes.
Esta abordagem é duplamente prejudicial:
- Distorce os preços do mercado imobiliário local
- Reduz a oferta disponível para jovens e famílias que querem comprar casa
- Concentra recursos em poucas habitações dispersas, sem resolver o défice estrutural
A Incompetência Sistémica do PS Amadora
Depois de décadas de gestão socialista, os resultados falam por si: a Amadora mantém-se como o concelho com menores rendimentos da Grande Lisboa, com falta de qualificação dos seus habitantes, comércio asfixiado pela regulamentação, ausência de parques industriais competitivos e uma burocracia paralisante.
A gestão do PS na Amadora caracteriza-se por:
- Assistencialismo em vez de criação de riqueza
- Burocracia excessiva que afasta investimento
- Políticas fiscais desencorajadoras
- Falta de visão estratégica para o desenvolvimento económico
- Opacidade nos processos e indicadores de gestão
O Resultado: Empobrecimento Sistemático
Os dados são inequívocos: enquanto a média da AML ronda os 12.500€ de rendimento mediano por pessoa, a Amadora fica nos 11.755€ – abaixo até da média nacional. Esta não é uma fatalidade geográfica ou demográfica, é o resultado direto de escolhas políticas erradasperpetuadas por uma gestão municipal incompetente.
O fosso de 4.107€ face a Oeiras não se deve à localização ou à demografia – deve-se à incapacidade estrutural de uma gestão socialista em criar condições para que pessoas e empresas prosperem. Enquanto Oeiras atrai multinacionais, startups e quadros superiores, a Amadora limita-se a gerir pobreza.
É Tempo de Mudança
A Amadora não está condenada a ser o “parente pobre” da Grande Lisboa. O problema não é estrutural, é político. Décadas de gestão socialista transformaram um concelho com localização privilegiada numa zona de baixos rendimentos, fraca qualificação e limitadas oportunidades económicas.
A solução passa por políticas liberais comprovadas: menos impostos, menos burocracia, mais liberdade económica e mais investimento na qualificação das pessoas. É preciso trocar o assistencialismo pela criação de riqueza, a regulamentação excessiva pela liberdade de empreender, e a opacidade pela transparência.
Os amadorenses merecem as mesmas oportunidades que os residentes de Oeiras, Cascais ou Lisboa. Mas para isso acontecer, é necessário votar pela mudança e abandonar definitivamente as políticas falhadas que mantêm a Amadora na cauda da prosperidade metropolitana.
A escolha é clara: continuar com mais do mesmo ou abraçar a mudança liberal que pode transformar a Amadora numa referência de sucesso na Grande Lisboa.
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