Amadora Liberal

Entre a honra da liberdade e o abuso dos impostos

 

Na Amadora, a toponímia é um espelho das escolhas políticas do momento. Algumas justas, outras oportunistas, outras simplesmente incompreensíveis.

A primeira homenagem é clara: os Comandos da Amadora e o 25 de Novembro de 1975. Foram eles que, com risco de vida, impediram a deriva autoritária e garantiram que Portugal tivesse uma democracia plural. Saíram do quartel da Amadora para enfrentar tanques e travar um golpe. Dois deles morreram, muitos arriscaram tudo. Essa coragem valeu à cidade uma Praça e uma Avenida do Regimento de Comandos. É um tributo merecido, objetivo e sem ambiguidades: foi graças a eles que hoje existe liberdade para discutir estas questões.

Depois vem a figura de Mário Soares. Não nego o papel que teve na consolidação da democracia e da liberdade em Portugal, independentemente das políticas que aplicou na gestão do país. Qualquer liberal reconhece esse mérito. Mas a questão não é essa.

A Amadora já tem uma Praça Mário Soares. Então, por que motivo se encomenda agora, em plena campanha eleitoral, uma escultura de 246 mil euros em sua homenagem, para ser colocada num espaço sem ligação aos momentos históricos da cidade? O local escolhido, o chamado Parque da Liberdade, antigo Ski Skate Park, nas Águas Livres, já possui um monumento ao desvario socialista: um monte de terra que em tempos se quis fazer passar por pista de ski.

E, com fina ironia, chama-se Parque da Liberdade porque ostenta duas chaimites cedidas pelo Exército. É essa a liberdade que se celebra: blindada, enferrujada e estacionada. Dois veículos militares expostos como peças de museu, enquanto os verdadeiros protagonistas da liberdade – os Comandos da Amadora e os militares de Novembro – continuam sem a mesma visibilidade e sem a mesma pompa.

O que falta neste parque é coerência histórica. O que sobra é propaganda.

As perguntas são simples: se já existe uma Praça Mário Soares, por que não colocar lá o monumento? Por que razão criar uma duplicação em plena campanha eleitoral?

A resposta é evidente: o Partido Socialista quis usar o espaço público para marcar território político. Transformou um tributo legítimo a um democrata num ato de propaganda. E aqui chegamos ao essencial: os nossos impostos não devem servir para financiar jogos partidários, mas para responder às necessidades reais da cidade.

E chegamos à vergonha maior: a Praça Hugo Chávez em Alfragide. Uma rotunda na Amadora com o nome de um ditador. Não é exagero: Chávez perseguiu opositores, fechou canais de televisão, destruiu a economia da Venezuela. Mas na Amadora, em 2016, decidiu-se gravar o seu nome em pedra, com a desculpa da Orquestra Geração ou da amizade luso-venezuelana. Uma decisão aprovada por quase todos, é verdade, mas que envelheceu muito mal. Hoje é um insulto aos venezuelanos que fugiram do regime e uma incoerência gritante para uma democracia que se diz liberal e plural. Celebrar Chávez é normalizar o autoritarismo.

O contraste é evidente:
– Aos militares de Novembro, que salvaram a liberdade, uma praça discreta e uma avenida inclinada.
– A Mário Soares, já homenageado, mais um monumento, em plena campanha, pago por todos.
– A Hugo Chávez, um lugar de honra que nunca devia ter existido.

Esta é a cartografia política da Amadora. Uma cidade que sabe reconhecer os que deram a vida pela liberdade, mas que também se perde em duplicações partidárias e em homenagens vergonhosas.

Está na hora de ser claro:
– A memória dos heróis deve ser preservada.
– A história deve ser respeitada.
E os impostos não podem servir para financiar nem a vaidade eleitoral de uns, nem a glorificação de ditadores estrangeiros.

Entre a honra da liberdade e o abuso dos impostos

Na Amadora, a toponímia é um espelho das escolhas políticas do momento. Algumas justas, outras oportunistas, outras simplesmente incompreensíveis.

A primeira homenagem é clara: os Comandos da Amadora e o 25 de Novembro de 1975. Foram eles que, com risco de vida, impediram a deriva autoritária e garantiram que Portugal tivesse uma democracia plural. Saíram do quartel da Amadora para enfrentar tanques e travar um golpe. Dois deles morreram, muitos arriscaram tudo. Essa coragem valeu à cidade uma Praça e uma Avenida do Regimento de Comandos. É um tributo merecido, objetivo e sem ambiguidades: foi graças a eles que hoje existe liberdade para discutir estas questões.

Depois vem a figura de Mário Soares. Não nego o papel que teve na consolidação da democracia e da liberdade em Portugal, independentemente das políticas que aplicou na gestão do país. Qualquer liberal reconhece esse mérito. Mas a questão não é essa.

A Amadora já tem uma Praça Mário Soares. Então, por que motivo se encomenda agora, em plena campanha eleitoral, uma escultura de 246 mil euros em sua homenagem, para ser colocada num espaço sem ligação aos momentos históricos da cidade? O local escolhido, o chamado Parque da Liberdade, antigo Ski Skate Park, nas Águas Livres, já possui um monumento ao desvario socialista: um monte de terra que em tempos se quis fazer passar por pista de ski.

E, com fina ironia, chama-se Parque da Liberdade porque ostenta duas chaimites cedidas pelo Exército. É essa a liberdade que se celebra: blindada, enferrujada e estacionada. Dois veículos militares expostos como peças de museu, enquanto os verdadeiros protagonistas da liberdade – os Comandos da Amadora e os militares de Novembro – continuam sem a mesma visibilidade e sem a mesma pompa.

O que falta neste parque é coerência histórica. O que sobra é propaganda.

As perguntas são simples: se já existe uma Praça Mário Soares, por que não colocar lá o monumento? Por que razão criar uma duplicação em plena campanha eleitoral?

A resposta é evidente: o Partido Socialista quis usar o espaço público para marcar território político. Transformou um tributo legítimo a um democrata num ato de propaganda. E aqui chegamos ao essencial: os nossos impostos não devem servir para financiar jogos partidários, mas para responder às necessidades reais da cidade.

E chegamos à vergonha maior: a Praça Hugo Chávez em Alfragide. Uma rotunda na Amadora com o nome de um ditador. Não é exagero: Chávez perseguiu opositores, fechou canais de televisão, destruiu a economia da Venezuela. Mas na Amadora, em 2016, decidiu-se gravar o seu nome em pedra, com a desculpa da Orquestra Geração ou da amizade luso-venezuelana. Uma decisão aprovada por quase todos, é verdade, mas que envelheceu muito mal. Hoje é um insulto aos venezuelanos que fugiram do regime e uma incoerência gritante para uma democracia que se diz liberal e plural. Celebrar Chávez é normalizar o autoritarismo.

O contraste é evidente:
– Aos militares de Novembro, que salvaram a liberdade, uma praça discreta e uma avenida inclinada.
– A Mário Soares, já homenageado, mais um monumento, em plena campanha, pago por todos.
– A Hugo Chávez, um lugar de honra que nunca devia ter existido.

Esta é a cartografia política da Amadora. Uma cidade que sabe reconhecer os que deram a vida pela liberdade, mas que também se perde em duplicações partidárias e em homenagens vergonhosas.

Está na hora de ser claro:
– A memória dos heróis deve ser preservada.
– A história deve ser respeitada.
E os impostos não podem servir para financiar nem a vaidade eleitoral de uns, nem a glorificação de ditadores estrangeiros.

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