A Ruptura dos SIMAS – O Silêncio Político na Amadora
- Setembro 10, 2025
- Bruno Nogueira
Se a reunião de Oeiras ficou marcada pela frontalidade, dureza e até estratégia — goste-se ou não de Isaltino Morais, pelo menos falou claro e com rumo — já na Amadora a resposta tem sido, no mínimo, desoladora. É nesta ausência de clareza, de reação e sobretudo de liderança que reside o maior perigo para os amadorenses.
O Executivo do PS: entre a passividade e o automatismo
O presidente Vítor Ferreira limitou-se, nas Assembleias de abril e junho, a frases soltas como “não aceitaremos modelos prejudiciais à Amadora” ou “estão a ser realizados estudos financeiros e pareceres jurídicos independentes”. Quem leia as atas quase diria que o executivo encara este processo com a mesma gravidade com que se discute a poda de um jardim municipal.
Nada de contraditório às acusações concretas de Oeiras: nem ao desaparecimento de João Serrano das reuniões durante a sua presidência, nem aos atrasos de sete meses nas Grandes Opções do Plano que custaram milhões, nem à alegada tentativa de fugir em segredo para a EPAL e Loures. Esta inação deixa a Amadora presa numa postura defensiva, sem voz própria, sem defesa da sua reputação e, pior ainda, sem defesa dos munícipes.
A contradição gritante do PSD
Mas se o PS se esconde na passividade, o PSD cai na incoerência. Em Oeiras, o deputado Jorge Paracana afirmou sem hesitar que o PSD nunca confiou na Câmara da Amadora e que, por isso, votou contra a SIMAS desde o início. Já na Amadora, a líder local, Suzana Garcia, mantém-se calada.
E esta contradição não é apenas tática, é política. Suzana Garcia é apoiada pelo próprio Isaltino Morais, o presidente que decretou o fim da SIMAS e o maior crítico da Amadora neste processo. Como pode a candidata que se apresenta como “voz dura” contra o PS calar-se precisamente no tema mais grave que ameaça a cidade? Onde está a combatividade habitual da Suzana Garcia? O que a impede de dizer, alto e bom som, se concorda com o seu apoiante Isaltino ou se defende os amadorenses?
A resposta é simples: oportunismo. E o oportunismo político paga-se caro, porque deixa os cidadãos sem liderança e sem respostas.
Os outros partidos (e a oportunidade perdida)
Também os restantes partidos não escapam: BE, PAN, CDU e CDS-PP refugiaram-se em notas marginais — abstenções, preocupações vagas, debates sobre tarifas sociais ou transparência. Nada de estrutural. Nenhum quis assumir posição firme sobre a cisão da SIMAS. E isso é revelador de uma Assembleia que foge ao debate político central e se perde em detalhes periféricos.
Quem perde com este vazio político?
Quem perde são os amadorenses:
São eles que arriscam tarifas mais altas.
São eles que enfrentam a incerteza sobre o futuro de 377 trabalhadores.
São eles que dependem de um serviço cuja continuidade foi colocada em causa.
E enquanto isto acontece, PS e PSD — de Vítor Ferreira a Suzana Garcia — preferem o silêncio, a incoerência ou o cálculo eleitoral.
A diferença liberal
É aqui que a Iniciativa Liberal assume posição clara: auditoria em seis meses, nova entidade com gestão profissional em 12–18 meses, investimento em eficiência de €10–15 milhões em 2–4 anos, transparência radical e tarifa social automática. Não é uma lista de desejos, é um plano com custos, prazos e impacto real para proteger quem paga a conta.
👉 A água é demasiado essencial para ser refém de silêncios ou incoerências. A Amadora não pode ficar sem voz. Quando PS e PSD falham, a Iniciativa Liberal fala claro: defendemos eficiência, transparência e justiça. Porque a água deve estar ao serviço das pessoas, não dos partidos.
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