A situação no Hospital Amadora-Sintra atingiu um nível crítico, colocando em risco a segurança e o acesso aos cuidados de saúde da população da Amadora e Sintra. A recente demissão do diretor do Serviço de Urgência, Dr. Hugo Martins, é apenas mais um sintoma de uma degradação contínua e inaceitável do hospital, que já vinha sendo alertada pelos profissionais de saúde.
Este hospital serve uma população de aproximadamente 600.000 habitantes dos concelhos da Amadora e de Sintra. Esta vasta área de influência, caracterizada por uma elevada densidade populacional e diversidade sociocultural, torna ainda mais preocupante a atual crise que afeta o hospital. A carência de profissionais de saúde e as condições de trabalho abaixo dos limites de segurança clínica comprometem a qualidade dos cuidados prestados a centenas de milhares de cidadãos que dependem diariamente deste serviço essencial.
A Ordem dos Médicos denunciou que o hospital está a operar “muito abaixo dos limites de segurança clínica”, com escalas de urgência que frequentemente têm apenas um ou dois médicos, quando o recomendado seriam seis. A saída de dez cirurgiões a 31 de outubro de 2024 agravou ainda mais a situação, levando ao adiamento de cerca de 1.000 consultas e colocando uma pressão insustentável sobre os profissionais de saúde que ainda se mantêm no hospital.
O bastonário da Ordem dos Médicos, Dr. Carlos Cortes, que descreveu a situação do hospital como um “preocupante descalabro”, apelou à intervenção direta da Ministra da Saúde, sublinhando que o conselho de administração da Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra não tem conseguido resolver a carência de profissionais de saúde. O Ministério da Saúde, por sua vez, continua a desresponsabilizar-se, alegando que este problema cabe apenas à ULS Amadora-Sintra e à Direção Executiva do SNS.
O SNS deve servir os cidadãos e garantir que todos tenham acesso a cuidados de saúde seguros e de qualidade. A crise no Hospital Amadora-Sintra não pode ser ignorada nem adiada. A responsabilidade é do Governo e da Ministra da Saúde, que devem agir imediatamente.
A Iniciativa Liberal da Amadora continuará a acompanhar de perto esta situação, exigindo transparência, soluções e responsabilidade política para que a população da Amadora e de Sintra tenha o acesso à saúde que merece.
Amadora, 04 de fevereiro de 2025
Grupo de Coordenação Local do Núcleo da Amadora da Iniciativa Liberal